DIA #1
04 de setembro de 2024
Collective Le Poeme en Volume
workshop improviser autour / improvising around
10:00/13:00 | Blackbox
Três artistas improvisam uma palestra a partir de um dos conceitos respectivos que utilizam para criar improvisações astutas. A discussão sendo uma activação destes conceitos é uma troca aberta cujo objectivo é.
Residência e partilha Tout le monde est invité
21:30 | Blackbox
Todos estão convidados é uma proposta do CEPI Nouvelle Aquitaine e POEME EN VOLUME.
Todos estão convidados para uma improvisação in situ que inclui música electrónica e acústica, fotografia projectada em tempo real, dança contemporânea e poesia.
Todos estão convidados é um relacionamento aberto com o público a partir de uma série de workshops transversais sobre práticas de improvisação.
BIO LE POEME EN VOLUME é uma companhia transdisciplinar fundada pelo coreógrafo Gaël Domenger e pelo poeta Donatien Garnier em 2015. CEPI, Centro Europeu de Improvisação, é uma rede internacional composta por músicos e bailarinos fundada em 2014 pelo contrabaixista americano Bare Philips. É hoje presidido pelo improvisador e teórico da música eletrônica, György Kurtág Jr.
No início de 2022, a sucursal da Aquitânia (sudoeste de França) do CEPI e LE POEME EN VOLUME lançaram uma comunidade de prática em torno da noção de Convidar. Trata-se de reunir uma prática de improvisação de dança e música, abrindo-a a disciplinas que raramente lhe estão associadas, como a fotografia, a poesia, a pintura, a arquitectura, a cenografia, a cozinha, a luz…. Implica também, com meios cenográficos simples, investir em espaços não convencionais (apartamento, casa, quiosque, loja, rua, terreno baldio, interstícios múltiplos, roaming, etc.) ou a requalificação de locais destinados a receber o público para, precisamente, envolver o espectador em sua relação com os performers. Uma relação que é trabalhada/explorada antes de cada atuação nas oficinas transversais oferecidas com as ferramentas educativas desenvolvidas em conjunto pelo CEPI e LE POEME EN VOLUME.
Catarina Real | Apresentação do livro “Cores”
15:00 | Nave Central
Cores é um livro de poemas em torno da cor em movimento, da cor em acção na vida quotidiana, íntima ou social.
Resulta este livro da atenção à composição, fruto da edução em Pintura, e da atenção ao movimento, fruto da afecção pela dança.
Os poemas de Cores atentam à composição dinâmica das cores.
De uma perspectiva da pintura, ou do pintor, o fenómeno da cor é o que anima a composição da matéria num enquadramento, o quadro. Deleuze coloca a nota vibrante da matéria nas pinturas de Freud como aquilo que suporta uma lógica da sensação, direcção imediata ao core sensitivo do humano, e que se sustenta perante nós, como um ordenador do sensível.
De uma perspectiva coreográfica alargada, o movimento não começa nem termina, é a continuidade do uso das pernas no espaço da cidade, nos espaços da casa. A ocupação e delineação da arquitectura para formação ou deformação dos corpos.
Juntando ambas, pintura coreografada ou coreografia pintada, lê-se a cor como coisa movente, em contínuo reenquadramento e adaptação ao corpo e aos corpos.
BIO Catarina Real (1992, Barcelos)
Trabalha na intersecção entre a prática artística e a investigação teórica nos campos expandidos da pintura, escrita e coreografia, maioritariamente em projectos colaborativos de longa duração, que se debruçam sobre o questionamento de como podemos viver melhor colectivamente.
É doutoranda do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho com uma investigação que cruza arte, amor e capital. Mantém uma prática de comentário - nas vertentes de textos de reflexão, textos introdutórios a exposições, entrevistas e moderação de conversas - às obras e processos realizados pelos artistas na sua faixa geracional, com a intenção de contribuir para um ambiente salutar de crítica e criação colectiva e comunitária. É vice-presidente da associação francesa Artistes en Résidence desde 2019 e editora em Edições da Ruína desde 2022.
Apresentou publicamente o seu trabalho em instituições tais como Teatro Municipal do Campo Alegre, Galeria Municipal do Porto, Museu Amadeo de Souza-Cardoso, etc.; espaços independentes tais como Rua do Sol, Campanice, Graciosa, Laboratório das Artes, Sol Pele, etc.; e galerias como Kubik Gallery, Galeria Madragoa, No.no Gallery e Galeria Graça Brandão. Realizou residências no Espaço do Tempo, Gnration, Appleton Square, Fórum Dança, Artistes en Résidence, etc. Dos projectos mais recentes destacam-se a organização, em colaboração com David Revés, do ciclo de conversas e podcast Amor e Morte com participação de diferentes convidados do cenário cultural português; a residência em Residency Unlimited (US) com bolsa do Atelier Museu Júlio Pomar; a exposição Things I've Seen em duo com Gonçalo Duarte na Flux Factory (US); a exposição-performance "Escorrega na Peruca" no bloco de carnaval Estagiários de Belo Horizonte (BR) e o livro "ISTO" publicado pelas Edições Senhor Teste.
Imagens da exposição-performance "Escorrega na Peruca" no bloco de carnaval Estagiários de Belo Horizonte (BR), 2024.
Créditos: Maria Bernardino, curadora e performer.
Joclécio Azevedo | Uma coisa equilibrada entre duas coisas
15:00 | Espaço 1
Uma coisa equilibrada entre duas coisas é uma proposta que se materializa num encontro entre performer e público, circunscrito a uma pessoa de cada vez, em sessões de 15 minutos (numa duração total de 3 horas a cada dia). Utilizando ideias rejeitadas de outros processos de trabalho, numa acumulação de material “inútil”, a peça questiona modos de produção da performance, do objeto artístico, num contexto de aceleração produtiva e de escassez temporal.
BIO Brasil, 1969. Vive no Porto desde 1990. O seu trabalho tenta articular diferentes papéis que a escrita pode assumir na prática artística, como gesto, matéria ou instrumento de registo da performance. Foi diretor artístico do Núcleo de Experimentação Coreográfica entre 2006 e 2011. É membro da direção plenária da GDA (Cooperativa de Gestão dos Direitos dos Artistas), desde 2008 e foi membro do Conselho de Curadores da Fundação GDA de 2010 a 2017. Artista residente da Circular Associação Cultural a partir de 2012 e coordenador do programa educativo da associação a partir de 2018. Organizou seminários e participou como formador em diversos programas como o FAICC – Formação avançada em interpretação e criação coreográfica, da Companhia Instável, a Oficina ZERO ou o Balleteatro Escola Profissional. Em 2016 trabalhou como assistente convidado no Curso de Especialização em Performance na FBAUP. Colaborou, de 2016 a 2018, com o grupo Sintoma – Performance, Investigação e Experimentação, orientado por Rita Castro Neves e desenvolvido pelo i2ADS Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Participou em trabalhos de diversos criadores ligados às artes plásticas ou performativas, como por exemplo Miguel Pereira, Isabelle Schad, Joshua Sofaer, Cildo Meireles, Tino Seghal, Peter Bebjak/Juraj Korec, Jean-Marc Heim, Ronit Ziv, Gary Stevens, Simone Forti, André Guedes, E. M. de Melo e Castro, Joana Providência, João Paulo Seara Cardoso, Ana Figueira, José Caldas, Isabel Barros e Né Barros. Frequenta atualmente o doutoramento em Arte Contemporânea do Colégio das Artes, Universidade de Coimbra.
Henrique Fernandes e João Ricardo | concerto WEE - DUST MEMORIES
17:00 | Praça
De forma intermitente, os artistas João ricardo e Henrique Fernandes durante um período de tempo situado entre 2021/22, registaram em formato áudio, um conjunto de fontes/materiais sonoros tanto acústicos como eletrônicos, provenientes de fontes eletrónicas em elevado risco de inoperacionalidade e obsolescência, tais como reprodutores de áudio de vários formatos ( leitores de CD, leitores de cassete), rádios, televisores, telemóveis, computadores, lâmpadas , eletrodomésticos variados entre outros...), procurando fontes sonoras que operassem no território do erro e do efémero.
Nesse sentido e destacando a não alteração ou manipulação sonora das fontes originais, foram compostas uma série de peças sonoras, que deram origem à edição fonográfica de WEEE- DUST MEMORIES, editado pela Sonoscopia no ano de 2023.
Para o 2º Encontro de Artes Performativas, será apresentada em estreia absoluta a performance ao vivo deste projeto.
BIO
HENRIQUE FERNANDES Formado em contrabaixo pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, desenvolve uma actividade paralela à sua formação clássica nas áreas da improvisação e damúsica experimental. Foi um mais dinâmicosimpulsionadores do desenvolvimento da cena portuense a partir da transição do milénio, colaborando e tocando com inúmeros improvisadores e formações como Mécanosphère, StealingOrchestra, Três Tristes Tigres,Estilhaços, John Zorn´s Cobra, Damo Suzuki ou FritzHauser. Nos últimos anos, concentra o seu trabalho na construção de novos instrumentos e na criação de obras sonoras que desenvolve colectivamente com a Sonoscopia, associação da qual é membro fundador e com a qual se apresentou em vários países europeus, da América do sul e nos Emirados Árabes Unidos. Como criador, foca-se no detalhe sónico dos objetos e dos materiais, desenvolvendo obras onde o som é reforçado por uma forte componente visual. Nesta área, destacam-se as peças para todas as infâncias INsono e Futurina, a exploração
luminosa e electromagnética Draper Point ou a imersão subaquática Sublumia.
João Ricardo nasceu no Porto em 1973.
É músico, radialista, repórter ocasional, técnico de som. Em suma, o operador de cabine polivalente (ocp).
Compõe para multi-média e teatro.
A sua prática artística tem sido exibida aquém e além fronteiras, em eventos de menor ou maior dimensão.
Como gosta de proclamar, “tudo é uma questão de frequência”.
https://opcabpol.bandcamp.com/
https://www.mixcloud.com/ocp/
Marina Leonardo | partilha do processo “TUVALU ou o desaparecimento das coisas”
20:00 | Nave Central
A terra estava sem forma e vazia, e a escuridão cobria a face das profundezas.
Génesis 1:2
TUVALU ou o Desaparecimento das Coisas é um espetáculo teatral sem a presença de atores criado em 2023 e estreado no mesmo ano no Teatro Taborda em Lisboa, uma criação de Marina Leonardo e Nuno M Cardoso, este espetáculo tinha a intenção de ser apresentado apenas uma vez (uma temporada de 6 sessões) e depois "desaparecer".
Esta experiência levava o público a entrar num espaço dedicado à reflexão sobre o mundo em que vivemos, num ambiente intimista e sensorial. Este era conduzido num percurso habitado por vozes que levantavam questões sobre o Tempo, a Existência, a Mudança e a Resiliência.
Eram colocadas questões como: Que responsabilidade tens na subida do nível do mar nos oceanos? O que fazes para alterar isso? Ou, qual foi a última coisa que desapareceu da tua vida? E o que desapareceu completamente em ti?
TUVALU é uma ilha-país, que devido à crise ecológica corre o risco de ser submersa pelas águas oceânicas do Pacífico, a partir deste paraíso perdido, proponho uma reflexão e uma partilha sobre o processo que foi este espetáculo e uma aproximação da visão a um futuro próximo, perdido.
Filmes
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Tuvalu ou o Desaparecimento das Coisas [Natural]
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Tuvalu ou o Desaparecimento das Coisas [Artificial]
BIO Marina Leonardo (Évora, 1993) artista que trabalha como intérprete em teatro e cinema, encenação, realização e argumento. Frequenta o mestrado de Realização Cinema e TV na Escola Superior Artística do Porto. Licenciada em Teatro pela Universidade de Évora (2014) e em Teatro Físico e Visual pelo Institut del Teatre de Barcelona (2014). Foi uma das representantes do projeto École des Maîtres, dirigido por Angélica Liddell (2019). É cofundadora e codiretora artística do Colectivo Buganvílias, onde iniciou processos de escrita, encena e produz espetáculos cruzando teatro, cinema e escultura. Enquanto criadora explora fronteiras entre imaginação e memória numa prática interdisciplinar abordando temas como pós-humanismo, futuro, segredo e corpo. Realizou o espaço que existe entre uma coisa e outra(2024) uma curta-experimental, com a orientação de Amarante Abramovici e ALÉMkhush (2024) um documentário que acompanha a vida de imigrantes a viver em zonas rurais de Portugal, com foco no Alentejo e região Oeste. Prepara a sua primeira produção de filme ficção, com rodagem no ano de 2025. Como interprete destaca as curtas-metragensTerra Amarela (2018), realizada por Dinis M. Costa, nomeada para melhor curta-metragem nos Prémios Sophia (2019) e com o seu papel Iryna recebeu o prémio de Melhor Elenco nos CinEuphoria Awards - National Competition, tendo participado em festivais em Israel, Alemanha, Estados Unidos da América, Itália e Espanha e Rapariga Projetada (2024) de Francisco Noronha que protagoniza, tendo estado presentes em festivais nacionais como o FEST- Espinho e internacionais na Sérvia e na Arménia. Em televisão refere a série Lugar 54, produzida pela OMAJA Films, tendo realizado um dos episódios e participado nos processos de escrita do argumento. Durante o seu percurso trabalhou como atriz a nível nacional com o Teatro Nacional 21, GATO SA, Companhia João Garcia Miguel, UmColectivo, Nova Companhia, Ana Borralho e João Galante, Nuno M Cardoso, Tiago Vieira, Mónica Calle, Tânia Carvalho, Mário Primo, Cristina Carvalhal, Ana Tamen, Beatriz Batarda, Albano Jerónimo, Ana Vilela da Costa, Martim Pedroso, João Telmo. A nível internacional destaca o trabalho com Angélica Liddell, Lionel Menard, Casa del Silencio, Juan Carlos Agudelo, Desvio Colectivo, Stéphane Lévy, Juanjo Cuesta e Maria Codinach. Trabalhou autores como Pier Paolo Pasolini, Mark Fisher, Eurípides, Rebecca Solnit, William Shakespeare, Bernard-Marie Koltès, Michel Foucault, Henrik Ibsen, Bertolt Brecht, Sarah Kane, August Strindberg, Anton Tchekhov, Heiner Müller, Alfred Jarry, Ruben A, Gil Vicente, Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, José Maria Vieira Mendes e Eduarda Dionísio. Participou em diversos festivais de teatro e cinema, tais como Mirada, SESC em São Paulo, Santos, Brasil; Festival Ibero-americano de Bogotá, Colombia; International Mime Art Festival, Polónia; Festival Internacional de Teatro de Zaragoza, Espanha; Festival Short Theatre em Roma, Itália; Festival Oye Toca a Ver em Tenerife, Espanha; Théâtre La Balsamine em Bruxelas, Bélgica; Comédie de Caen, França; Festival de Cine de Berja, Espanha; New York Portuguese Film Festival, USA; Savana International Film Festival, Itália; Istanbul International Short Film, Turquia; International Humanitarian Film Festival, Weimar, Alemanha; Festival Internacional de Teatro de Ostroleka, Polónia.